Magic Jewelry: O jogo não licenciado de NES que fez parte da infância de muitos brasileiros

Autoria: Eurípedes CDX

Revisão e Edição: Júnior Malacarne

Imagens: Internet e Screenshot de Gameplay    


    Fala amigos e amigas aqui do Blog. Hoje vou contar uma história de um velho jogador de jogos antigos de 42 anos de estrada, e que é este que vos fala.


    Como já mencionei antes, eu já jogava em locadoras e em casa de amigos desde os 12 anos, mas o SNES só foi chegar lá em casa quando eu tinha 18 anos. Isso era meados de 2000 e a garotada vendia o que tinha extremamente barato, para juntar dinheiro e comprar o tão sonhado PS1. Foi uma época em que comprei muita coisa mesmo: Muitos consoles e cartuchos, pois, já ganhava o meu dinheiro. Pois então, um dia, adquiri um Dynavision 4, coisa linda de se ver. Comprei alguns cartuchos feitos pelas próprias empresas que fabricavam famiclones. Muitas vezes contendo um jogo só. Uma das exceções eram os cartuchos para Dynavision com vários jogos (existe uma variedade de versões e números de jogos por cartucho, porém, não vou me aprofundar no assunto, pois tiraria o foco da matéria). Mas, existia uma forma alternativa de adquirir jogos para os famiclones: Eram os cartuchinhos coloridos das bancas dos camelôs, que nessa época vendiam desde brick Games até aqueles mini games coloridos de carro, moto, futebol e etc. Foi através de um cartuchinho pirata desses que eu descobri um dos jogos mais legais que conheci até hoje: Magic Jewelry. Músicas animadas e boas de se ouvir, fazendo a trilha sonora de um puzzle muito legal. Foi a partir de Magic Jewelry, Tetris (tanto o do Gameboy clássico quanto de NES) e Columns de Master e Mega, que comecei a gostar do gênero que, traduzido para o português significa quebra-cabeça.




Os famosos cartuchinhos coloridos dos Famiclones à esquerda. E o cartuchinho de Magic Jewerly, à direita.


    Bom, essa é a minha história. Vamos agora ver o que eu descobri na minha pesquisa no Wikipédia com algumas pequenas alterações minhas:

    Magic Jewelry, também conhecido como Jewels ou simplesmente Jewelry, é um jogo de puzzle taiwanês para o console Famicom. Foi programado por Hwang Shinwei e publicado em 1990, sem autorização da Nintendo.

O conceito do jogo é muito semelhante ao Columns da Sega, (no caso, é uma cópia descarada mesmo hahaha, mas mesmo assim, o plano de fundo, as músicas e as posições diferentes de eliminação de peças o diferem um pouco de Columns, dando-lhe uma certa personalidade) onde você deve completar fileiras de três (ou mais, dependendo do caso) joias da mesma cor, que podem ser dispostas em linha horizontal, vertical ou diagonal para eliminá-las e ganhar pontos. No final de cada nível, uma coluna de blocos X aparece e qualquer joia colorida que ela tocar, todas daquela cor desaparecem. Eles também aparecem quando você perde um jogo. No entanto, é ambientado em Nova York, e não no Egito, como é o Columns original, com a Estátua da Liberdade ocupando uma parte considerável dos gráficos de fundo. Além disso, as estrelas e a lua sobem constantemente na tela, criando assim uma animação, reaparecendo na parte inferior. Conforme você passa de nível, a velocidade com que as colunas de joias caem vai acelerando gradativamente, além de também mudar a cor de fundo e a melodia do jogo.




Gameplay desse puzzle cativante!


    A música também muda. O interessante é que, a pausa não fará com que os blocos desapareçam, ao contrário da maioria dos jogos de quebra-cabeça (puzzle), tornando mais fácil antecipar os próximos movimentos. O jogador só pode modificar a ordem em que as joias são empilhadas, mas não pode girar as peças.

    No ano seguinte, o jogo ganhou uma continuação. Desta vez, o plágio ainda foi mais descarado, pois pegaram os gráficos da intro do Columns dos 2 anjos jogando com joias e copiaram sem pensar duas vezes. Até parece que o Hwang é (ou foi) um fã da Sega que decidiu colocar no NES um jogo, ainda que não de forma oficial, da sua empresa favorita para rodar no console rival. Mudam também os gráficos de fundo, porém as músicas continuam as mesmas, ou seja, é o mesmo jogo com uma nova roupagem. O segundo jogo, de jeito nenhum consegui jogar em algum emulador de NES para testar.




Columns 2


    Mas, voltando a falar das bancas de camelôs: Lugar onde encontrávamos muita coisa, desde calculadoras até relógios, rádios, brinquedos e etc.

    Os produtos são de qualidade duvidosa eu sei, pois na época para competirem com as multinacionais americanas e europeias eles fabricavam aparelhos com baixo custo de produção, ou seja, com peças baratas e, consequentemente, com qualidade mais baixa. Até hoje existe a expressão: “Comprou do Paraguai”? Pois, realmente, essas mercadorias só chegavam até nós por intermédio do Paraguai. Os 2 países fabricantes que mais se destacavam eram justamente China e Taiwan. Só quem foi pobre nos anos 90 e sabia que, na maioria das vezes os seus brinquedos seriam versões mais baratas, sabe o que é ler embaixo do produto: MADE IN CHINA ou MADE IN TAIWAN. Coisa que se popularizou ainda mais depois da criação das lojas de R$ 1,99, situação que deixava os comerciantes de lojas grandes malucos. Uma curiosidade interessante é que, até o início dos anos 2000, ainda se achavam esses cartuchos para vender nas bancas camelô, pois a venda do Polystation se estendeu aqui, possuindo ele uma imitação da carcaça do PS1, o que, enganou muitos pais, mas acabou prolongando a propagação da biblioteca do Nintendinho até a nova geração.



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O afamado Polystation à esquerda e o famigerado cartucho 9.999.999 in 1 à direita


Conclusão: Se não fosse a Lei de reserva de mercado e os famiclones brasileiros aceitando cartucho no formato Famicom (NES Japonês, sendo o custo de produção bem menor, pois o cartucho é pequeno) e os produtos asiáticos vindos através do Paraguai, nunca teríamos conhecido jogos como este dos famosos cartuchos 4, 5, 7 e por fim, o insuperável 9.999.999 em 1 que, no final eram uns 20 jogos só, mas tudo repetido hahahaha. Então era isso pessoal, gostaram da matéria? Já jogaram quando criança? Se puderem, respondam nos comentários, valeu e até a próxima!


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