A Idade dos Impérios na Idade da Adolescência

Autoria e Edição: Júnior Malacarne

Revisão: Eurípedes CDX e James Júnior

Imagens: Internet


    Verão de 1999. Eu era um adolescente quando chegou em casa o nosso primeiro “Micro”. Eu já vinha animado do semestre anterior quando fazia um cursinho de Windows (que nostalgia!), e tudo me encantava naquela época em que os periféricos eram todos brancos, o mouse ainda tinha uma bolinha dentro, o monitor era de tubo e jogávamos de vez em quando Free Ski, Missile Command, Campo Minado, Paciência, Esqueceram de Mim, Carmem Sandiego: coisas nativas do sistema ou de pequenos disquetes. Tal encantamento não poderia resultar depois em nada menos que horas e horas brincando com o Paint, Wordart e as proteções de tela Cast Away e Labirinto 3D no meu próprio PC em casa.


    Mas é claro que uma criança gamer iria logo sentir falta de algo mais substancial. Veio então uma época em que fui bombardeado (em um sentido positivo da palavra rs) com inúmeros jogos demonstração para PC. Esse assunto renderia um artigo em particular, mas não posso deixar de citar aqui que jogos Demo no meu PC era mato! As revistas das bancas com dezenas ou até centenas de jogos e aplicativos demonstração eram famosas e acessíveis naquela época, e me fizeram ter contato com bons jogos conhecidos como Quake 2, International Rally Championship, Worms, Virtua Cop, Emergency, Command & Conquer e vários outros de corrida, de aventura, de plataforma, Point-and-Click que agora não vou lembrar o nome (muitos também de qualidade duvidosa, não vou negar) e que me trouxeram muita diversão. Por um certo tempo eu até me vi meio que migrando dos consoles para o PC em minhas jogatinas.


    Jogos completos bons (os AAA da época) não eram tão fáceis de conseguir na minha pequenina cidade. Alguns completos também vinham nas revistas, mas pelo preço não eram lá grandes coisas na maioria das vezes. Então alguns colegas conseguiam alguns jogos inteiros (não me pergunte onde…) em CD-ROM copiados, que acabavam chegando em minhas mãos também. Dentre alguns bons jogos aclamados entre meus amigos naquela época como Claw, Sim City 2000, Star Craft e Rally Championship, e que pude jogar, um se destacou muito: Age of Empires.



Comece com uma pequena vila e desenvolva o seu império!


    Um jogo em que eu deveria construir um império! A jogatina parecia promissora. Mas eu deveria fazer isso começando com uns 3 camponeses e nada mais em um mapa totalmente escuro a princípio. É, a jogatina parecia desafiadora também…


    Tudo me chamava a atenção na “Era dos Impérios”: trabalhar com o tempo (e contra o tempo também, devido à evolução e ao avanço dos inimigos a enfrentar), coletando recursos como madeira, pedra e ouro; e para alimentação construindo barcos de pesca, plantando hortas, colhendo frutas e caçando animais; e para as batalhas construindo bases de infantaria, artilharia e cavalaria, muros e torres de guarda, catapultas e barcos de guerra e até mesmo construindo templos cujos sacerdotes poderiam ajudar a curar meus soldados feridos (e até a “converter” soldados inimigos – e o áudio dessa ação no jogo rendia muita risadas entre os colegas) e por fim até construindo “Maravilhas” do mundo antigo. Para tudo isso eu ainda poderia escolher minha dinastia, ou meu “estilo” de civilização antiga entre egípcios, gregos, babilônicos, asiáticos entre outros, além de poder evoluir e avançar o nível durante o jogo, o que aumentava meu poderio militar e embelezar ainda mais minhas construções e armaduras. Esqueci de alguma coisa?



Prepare-se para enfrentrar o inimigo se você quer conquistar território


    A ideia era nova para mim. Não apenas deveria partir para o ataque e ação ou sair solitário (no máximo em par) numa jornada de aventura, mas deveria começar praticamente do zero e desenvolver uma civilização, desenvolver um império, conquistando territórios e expandido meus domínios pelo mapa, fazendo comércio e alianças, mas o principal de tudo: enfrentando inimigos que estavam com as mesmas intenções. Então um fator era crucial para a jogatina e eu não deveria deixar de ter: estratégia. E uma boa estratégia!


    É claro que o moleque não poderia deixar de usar uns cheats e códigos para ajudar na missão, não é mesmo? E essa parte me traz as lembranças mais hilárias. Tínhamos cheats para conseguir 1000 de cada recurso de uma vez só (e sem pesquisar do Google consigo lembrar de alguns como “Coinage” para ouro e “Pepperoni Pizza” para comida rs – acho que é isso). “Woodstock” para conseguir 1000 de madeira também era bem legal. Os cheats para “desbloquear” o mapa e tirar aquela fumaça preta eram os primeiros, antes mesmo de pegar no mouse pra começar a jogar. Mas os mais bizarros (e apelões) eram o “Photon Man” que liberavam uns soldados com armas laser e “Bigdaddy” que liberava um carro moderno lançador de foguetes! E naquela época não tínhamos acesso a internet como hoje né: ou aprendíamos nas escassas revistas ou com os amigos. Nada de listas completas de códigos em tempo real. Era tudo na garra (ou na marra).




As Batalhas são épicas em Age of Empires!


    E então, você também era um “Alexandre, o Grande” dos PCs na época? Jogou horas a fio para conquistar territórios e sair vencedor? Quais os cheats que você mais utilizava? Conte para nós nos comentários! Hoje eu confesso que não tenho mais tanta paciência (e tempo disponível) para jogos do estilo, mas tenho vontade de revisitar o jogo. Age of Empires (que hoje já está na sua quarta edição, sem contar as várias expansões e remasterizações das versões mais antigas) com certeza era um ótimo game que, além de divertir, ajudava a desenvolver o raciocínio estratégico e também servia como ilustração para o ensino e estudo de história. Eu mesmo ficava deslumbrado com todos aqueles aspectos épicos. E como é bom lembrar das histórias jogando esse maravilhoso jogo. “Wonder”!


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