Yooo Joe!!! Os jogos dos Comandos em Ação para o Nintendinho
Sim, havia
os Thundercats, magníficos, esplendorosos, cujo grito de guerra
"Thundercats, rowww!!!", fazia a gente se arrepiar. Havia He-Man, com
seu mundo e personagens fantásticos, e sua derivada, a She-ra. E os fascinantes
Transformers, que fizeram a riqueza da Hasbro e até hoje rendem mídia e grana.
Mas, durante minha infância nos anos 80, o desenho de ação e aventura que eu
mais apreciava era mesmo os Comandos em Ação - por sinal,
também da fabricante de brinquedos Hasbro. Pra se ter uma ideia, até hoje
filmes de ação e espionagem com ação global são os meus preferidos, dentre
quaisquer tipos de filmes. Adivinhe onde tudo isso começou...
Cheguei a
possuir alguns bonecos e veículos - os mais baratos - dos G. I. Joe. E chorei
muito por nunca ganhar aqueles veículos mais parrudos, seja no tamanho, seja na
grana que custavam.
Quando, no
início dos anos 90, ganhei meu Phantom System, o clone do Nintendo fabricado em
solo pátrio pela Gradiente, joguei muitos jogos. Mas não tive a chance de
encontrar, via empréstimos ou nas pouquíssimas locadoras disponíveis, um jogo
dos Comandos para o console. Só na idade adulta pude desfrutar não de um, mas
logo dos dois ótimos games da franquia que existem para o sistema de oito bits
da Nintendo. Vamos a eles.
G. I. Joe
- A Real American Hero
Em G.
I. Joe - A Real American Hero (KID/Taxan, 1990), você precisa
encontrar e desbaratar diversas bases da organização fascista/terrorista Cobra,
e eliminar os respectivos líderes destas bases. A cada fase, dispomos de um
boneco fixo, que capitaneia aquela missão, conforme as características do
estágio, mas podemos montar a equipe com mais dois personagens, selecionáveis a
partir de quatro possíveis. Assim, o inescapável Snake Eyes, além de Duke,
Rock&Roll, Cap. Grid-Iron, Blizzard, e na última fase até mesmo o General
Hawk podem ser membrados no seu comando. Cada personagem possui níveis
diferentes em relação a força (soco), pulo e armas. Assim, Snake Eyes pula mais
alto e possui tiro infinito (embora fraco), enquanto Rock&Roll tem o melhor
poder de fogo, por exemplo. Há power ups variados, que recarregam
sangue, munição, aumentam o poder de fogo e o tamanho do sangue e e até
conferem intangibilidade provisória; e o aumento dos levels de cada personagem
conserva-se para as próximas fases, se o personagem não morrer. Você pode mudar
de personagem a qualquer momento. Se um morrer, você volta do save point, mas
agora só com dois soldados - e o life que estavam, na partida precedente. Ou
seja, ferrou! Mas, ao menos ao passar de fase, o sangue de todos é recarregado.
Durante as
fases, você pode apanhar veículos fiéis ao desenho animado, bem como enfrenta
inimigos e veículos igualmente fiéis à fonte, o que aumenta o prazer da
jogatina por parte dos fãs.
As missões
seguem o esquema de três estágios por fase e, como dito, correm no melhor
estilo Medal Of Honor: Infiltração, "limpeza" (eliminação
dos inimigos) e sabotagem, na forma de explosivos temporizados que devem ser
afixados em pontos determinados. Assim, são diversas fases com cara de
labirinto, e atenção: Como em qualquer missão real, você tem TEMPO para
realizá-las. Falhou no estágio 2.3, por exemplo? O esquema é o mesmo do padrão
oito bits: Volta do estágio 2.1, soldado. E agradeça a Deus por ter uma segunda
chance.
Seu
personagem pode avançar na base dos socos ou utilizar arma de fogo - mas nesta
as munições são limitadas. É possível ainda lançar granadas (quando no modo
soco), infinitas, mas só são lançadas para riba (cima). Quanto aos tiros, cada
personagem possui um com características diferentes.
As fases
transcorrem em cenários ou teatros de batalha como a floresta amazônica, a
Antártida, Nova Iorque, deserto do Saara e outros, como era de se esperar de
uma equipe de infiltração, extração e sabotagem como os Joe's.
A
dificuldade do game é avançada. E, caso consiga executar com êxito as missões e
derrotar o Comandante Cobra, você é convidado a reiniciar o game. Só que agora
sua equipe só conta com dois operativos, ao invés de três. Tem que ser ainda
mais casca-grossa!!!
G. I.
Joe: The Atlantis Factor
A saga dos
Joe's ganhou uma sequência logo no ano seguinte (1991). G. I. Joe: The
Atlantis Factor foi também desenvolvida pela KID, mas agora a
publicadora é a poderosa Capcom.
A gameplay
segue o ritmo do precedente, e durante as fases será preciso instalar
explosivos, mas também resgatar reféns e conseguir certos itens. Além dos
tradicionais Snake Eyes e Duke, aqui podemos jogar com o Genral Hawk,
Roadblock, Wet Suit e até mesmo Storm Shadow. Mas tais personagens só poderão
ser utilizados depois de resgatados. Para começo de encrencas, você só conta
com o bom e velho Duke. Outros personagens, embora não jogáveis, podem ser
convocados em seu socorro - mas os miseráveis precisam também ser resgatados
primeiro! É o caso de Big Bear, Gung-Ho e Spirit. Um diferencial, a meu ver
ruim, é que aqui há fases onde você precisa avançar com apenas um personagem ou
dois. E, ao contrário do primeiro jogo, as fases aqui não possuem avanço
linear, mas é possível escolher caminhos diversos em seu avanço contra as forças
de Cobra. Um senão é que, aqui, não pilotamos mais veículos de combate.
Como no game
anterior, cada personagem possui níveis diferentes de força, agilidade e
armamento, que você pode aumentar. Os tiros e agora até os golpes de mão/pé
evoluem até QUATRO vezes. Mas aqui não é mais possível visualizar as barras de
status de cada um. E atenção: Para evoluir um quesito, você precisa estar
usando-o no momento em que pega o powerup. Assim, para evoluir o soco, apanhe
os powerups usando-o; idem para as armas. Quando em equipe, você pode trocar de
boneco na hora de pegar os powerups, evoluindo quesitos de tais personagens. Há
personagens que possuem habilidades específicas. Road Block pode arrastar-se
por espaços apertados, habilidade fundamental para apanhar itens. Snake Eyes e
Storm Shadow possuem corridinha (!) - é curta, mas permite escapar de apuros. E
as espadas deles, após serem upadas, lançam disparos INFINITOS. Não é lindo?
O game
permite que, além da arma normal de cada boneco, você apanhe um poderoso, poderosíssimo
rifle de pulso, que, uma vez conseguido, fica disponível para todos os
personagens e também pode ser upado. E pode apanhar igualmente uma escandalosa
metranca laser, também poderosa. E, por fim, um lança-mísseis múltiplo.
Caramba, malandro, agora sim começo a me sentir um Joe!
Diversos
vilões clássicos podem ser detonados, e isso é novamente um prazer paras os
fãs. Mas fique esperto, pois os caras aguentam muita, mas muita porrada - ou
tiros - antes de tombar. Neste segundo game, ao menos, podemos ver a barra de
sangue dos inimigos, o que ajuda bastante na hora dos combates mano a mano.
As andanças
por múltiplos caminhos e a dinâmica podem tornar o jogo aparentemente confuso,
de início, mas logo você engrena e é cooptado pelo prazer da aventura.
Cutscenes entre as fases vão dando conta de seu avanço e do avanço da
narrativa, que é comandada pelo general Stalker.
A trama? O
maldito Comandante Cobra sobreviveu ao último embate contra os Joe's. Pra piorar,
o facínora descobriu e conseguiu reerguer do oceano a lendária Atlântida (!!!).
E mais: ele planeja utilizar a avançada tecnologia descoberta nas ruínas para,
desta vez e de uma vez por todas, dominar o mundo.
Passado o estranhamento inicial, o jogo se torna muito bom e viciante. E olha que fazia tempo que eu não ficava "viciado" num jogo, na fissura de zerá-lo! YOOO JOE!
Sammis
Reachers escreve também na Revista
Muito Além dos Videogames.
Mais
textos do autor: https://linktr.ee/sreachers
Comentários (1)
Brener Pereira Borges
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