Uma Crônica de Natal

    Olá meus queridos amigos! Já estamos chegando em uma época das mais aguardadas de todo o ano: o Natal!


    Toda criança espera com grande expectativa a chegada de fim de ano e do Natal. Apesar das simples mentes pequeninas ansiarem por terminar o ano letivo na escola e ganhar um bom presente, muitas vezes prometido durante o ano todo pelos pais e condicionado a um bom comportamento em casa, na escola, na rua e em geral, eu lembro com nostalgia dessa época em que parece que tudo mudava: os relacionamentos, os ânimos, os humores, os símbolos, as produções culturais em geral, a culinária, os brindes e brinquedos infantis, etc. Tudo trazia um ar diferente de alegria, paz e esperança. Muitos de nós, ainda crianças já percebiam que além do sr. Noel e de todo o movimento do mercado, uma lembrança permanecia viva nessa época, mesmo nos lares mais seculares: há cerca de 2000 anos atrás, numa manjedoura em Belém da Judéia, nascia aquele que veio dividir a história, mas que quer dividir a história pessoal de cada um, para melhor e para sempre!


    Quero trazer hoje uma lembrança minha dessa época que envolve os games. Uma pequena crônica de Natal:



    Como toda criança, eu não ficava de fora quando o assunto era o clima natalino que pairava na cultura, na cidade, nas igrejas, na escola e dentro de casa, com toda a expectativa e esperança que enchia nossos coraçõeszinhos naquela época. Mas dessa vez, já era meu primeiro ou segundo natal com a presença de um companheiro mais que especial dentro de casa: o nosso querido Super Nintendo!


    Qual presente eu iria querer ganhar naquele ano, será? Um cartucho de SNES, é claro! Eu mal poderia esperar pela minha mãe fazendo a pergunta clássica sobre o presente que eu gostaria de receber quando, sem pensar duas vezes, disse que queria um jogo de videogame.


    Naquela época os videogames eram um tanto quanto novidade para os nossos pais e reconheço que eles não tinham muita destreza para ir numa loja comprar “uma fita” de Super Nintendo. Foi quando dessa vez ela me indicou ir com meu pai na loja e poder escolher o game então, aproveitando alguma viagem que meu pai iria fazer até a cidade vizinha, maior que a pequenina cidade que nós morávamos, que distava cerca de 50 km, e que somente lá eu poderia encontrar facilmente um cartucho.


    Lembro que a oportunidade da viagem apareceu num dia impensável para o contexto: exatamente na véspera de Natal. Por que impensável? Certamente naquele dia a cidade e o trânsito estariam um caos!


    Mas conseguimos chegar à loja, e então veio aquele momento mágico de olhar e procurar na estante de cartuchos algo para escolher como meu presente de Natal, com algum game favorito que eu poderia escolher. A imaginação aflorava naquele momento diante de tantas possibilidades, mas no fundo eu estava resoluto pensando em um game que naquele momento se tornara o meu preferido, diante de apenas alguns relances de gameplay que vira na casa de primos e amigos: “Super Mario Wolrd 2: Yoshi’s Island”.


    A aventura do bom dinossaurinho amigo do nosso héroi bigodudo Mario era deslumbrante com aqueles gráficos avançados para a época no estilo giz de cera. Era também cativante com jogabilidade e level design únicos, inovadora para muitos que nem conheciam a “continuação prequela do Mario World” e encantadora com o tema do Mario bebê.


    Mas a mente inocente da criança não ligou os fatos de que os cartuchos da loja em questão eram todos piratas e Yoshi’s Island tinha um chip especial que no momento não conseguiam piratear. Eu fui na esperança de encontrar o jogo, pedi à vendedora que não soube explicar se teria ao menos a possibilidade de encontrá-lo ali, quando de repente vi um dos famosos cartuchos 7 in 1 (sete jogos em um) com um pequeno desenho do Yoshi indicando a presença de algum game do dinossauro. Naquele momento eu nem reparei em alguns clássicos que somavam ao cartucho como Top Gear, Tom & Jerry, International Super Star Soccer, Super Mario World, etc. Perguntei a vendedora se era Yoshi’s Island e ela, acho que mais inocente do que eu, disse que sim. Era esse! Era esse o meu cartucho! Era esse o meu presente de Natal!


    De fato o trânsito da cidade estava um caos. Era um pare e siga constante de carro, debaixo de um sol escaldante característicos de muitos natais do hemisfério sul (muito diferente do que víamos na TV). Mas após umas 2 horas conseguimos chegar em casa e meu cartucho, na caixa, embaladinho para presente, já estava na mesinha em baixo da Árvore de Natal, junto aos cartões de natal, musicais ou dobráveis, alguns com presépios, alguns com a neve que nem de longe eu encontrei na estrada vindo pra casa, mas que trazia um certo refrigério ao pensar no “Clima de Natal”.


    Eis que chegou o Natal! A esperada hora de abrir os presentes e, no meu caso, soprar a fita, encaixar no console e partir para jogar! Mas foi só ligar o botão Power que veio a decepção: O rótulo mentia e na verdade se tratava de uma 5 in 1 (cinco jogos em um), e nada de Yoshi! Que frustação naquele momento! Como eu ansiava por ter o meu próprio Yoshi’s Island e poder passar horas naquela encantadora aventura!


    Mas era Natal. Eu não poderia deixar as circunstâncias estragarem o momento. Conversei com meus pais sobre a possibilidade de trocar a fita, mas eles me explicaram sobre a dificuldade de fazer outra viagem para a cidade vizinha e que, se a loja aceitasse, eu deveria esperar alguns dias, em que eles teriam outra viagem para fazer ao local. Foi aí então que eu me resignei e procurei aproveitar a 5 in 1 então né. E então parece que a paz e a esperança do Natal enfeitou a experiência e pude aproveitar bem o cartucho antes de trocar, em que joguei muito o jogo do Alladin e o hack do Sonic para SNES, que lembro que vieram no cartucho.


    Enfim, se passaram alguns dias depois do natal, já
estávamos no ano novo e chegou o dia de trocar o game na loja. Certamente não pude conter a expectativa de ter meu tão esperado jogo em mãos. Troquei pelo mesmo cartucho com o Yoshizinho lá no rótulo, que tinha outras unidades na loja. E a criança não estava mais frustrada, e sim com um cartucho trocado em mãos, louco para jogar. Mas a empolgação foi tanta que eu nem lembrei de testar na loja. E ao chegar em casa, todo empolgado, vi que eram sim 7 jogos no cartucho, e os jogos que estavam no rótulo! Mas ao clicar logo na opção do jogo do Yoshi, mais uma frustração: dessa vez eu percebi que o problema foi que desde o início eu não li direito o nome do jogo no cartucho e se tratava na verdade de Yoshi’s Cookie…


    É claro que o jogo em si não era de todo ruim. Mas era um pequeno puzzle que não tinha o mesmo brilho que Yoshi’s Island tinha, para uma criança fã de jogos de aventura, de plataforma, de jogos do Mario e especialmente desta aventura do “bom dinossauro”. Bem, diante da impossibilidade de trocar o jogo novamente pois não havia nenhum defeito na verdade que justificasse a troca, só me restou me resignar novamente, e agora definitivamente. Mas eu digo que aproveitei bem os sete jogos que ganhei de uma vez de Natal naquele ano! E depois de muitos anos, não faltaram oportunidades de jogar Yoshi’s Island, seja com cartucho emprestado ou no emulador de SNES, e até mesmo de fechar o jogo 100% anos depois.


    Essa foi uma das minhas melhores histórias de Natal, que guardo na memória com muita nostalgia e alegria. Mas a maior história de Natal na minha vida, na verdade ocorreu fora da época de Natal: foi num mês de setembro, aos meus 14 anos, quando o Filho de Deus de fato nasceu no meu coração e mudou a minha história. Espero que este Natal seja muito oportuno para que Ele nasça em seu coração e mude a sua história também: creia em Cristo e do seu interior fluirão rios de águas vivas, para sempre! (João 7:38)


Comentários (1)

Alexandre Bastos

21 Dezembro, 2023
Putz !!! Só faltava ser o jogo do Barney aquele Dinossauro Rosa 🤣

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