The Legend of Zelda: Skyward Sword — Um game para o resto da franquia comandar

Autoria: Carlos Henrique Gomes

Edição e Legendas: Júnior Malacarne

Imagens: medium do autor


The Legend of Zelda: Skyward Sword é um jogo de Ação & Aventura desenvolvido e publicado pela Nintendo. Lançado originalmente em 18 de Novembro de 2011, foi relançado em uma versão remasterizada em HD para Nintendo Switch em 2021.


Link é um aprendiz de cavaleiro que, apesar de não ser o aluno mais esforçado da academia, tem muito talento e, desde sempre, demonstra ter uma ligação especial com seu pássaro Loftwing. Porém, todo esse talento não seria totalmente aproveitado se Zelda, sua melhor amiga, não o incentivasse constantemente a ser um aprendiz melhor.


Link e Zelda vivem em uma pequena comunidade situada em uma cidade que magicamente flutua no céu sobre as nuvens chamada Skyloft. Eles, assim como todos os outros moradores, não sabem o que há sob as nuvens; pelo menos nada além de lendas sobre uma tal de superfície. Mas isso não os impedem de voar juntos em seus Loftwing enquanto aproveitam a beleza dos céus e sua amizade. Porém, em um desses passeios, Zelda é arrastada por um furacão negro para algum lugar além das nuvens abaixo. Então, Link parte numa jornada épica para salvar sua amiga e descobrir que ele é parte de uma história muito maior do que poderia sequer um dia imaginar.



Link e Zelda são amigos que têm ligações especiais com seus pássaros Loftwing, com os quais voam juntos apreciando a beleza do céu


Este é um game particularmente polêmico e controverso. É um daqueles que carregam o estigma de “ame ou odeie”. Aqueles que amam, vão ressaltar seus belos gráficos para a tecnologia do Nintendo Wii, suas dungeons grandiosas e bem elaboradas e sua história profunda, da qual pretendo falar mais posteriormente. Aqueles que odeiam, odeiam basicamente uma coisa, mas odeiam com todas as suas forças: o combate. Como o Nintendo Wii possuía controles de movimento como seu principal diferencial, os desenvolvedores basearam o combate do game completamente nisso, o que desagradou muitos fãs mais conservadores e jogadores que simplesmente não queriam levantar do sofá ou mexer mais do que os músculos da mão para apreciar seu game.


Vamos logo discorrer sobre o combate em específico. Sim, é chatíssimo ser obrigado a usar os controles de movimento para jogar, ainda mais considerando que, apesar de revolucionária, as tecnologias do Wii Remote e do Wii Motion Plus eram bem primitivas, o que não oferecia muita precisão para os movimentos de Link. Isto posto, é inegável que os combates ficaram muito mais dinâmicos, levando o jogador a explorar aberturas que os inimigos deixam e não simplesmente apertando botões na hora certa. Pode-se dizer que o combate é mais realista, embora passe longe de ser um simulador de espadachim.


Na versão HD de Nintendo Switch, não é mais obrigatório usar os controles de movimento, mesmo estes sendo muito mais precisos do que os do Wii. Agora é possível realizar os movimentos da espada e do escudo com os analógicos, dando a opção para o jogador decidir como quer jogar. Mas, mesmo com essa nova opção, o combate ainda é confuso e impreciso, falhas estas que podem custar alguns corações durante as batalhas.



O combate de Skyward Sword sempre foi um ponto polêmico:

apesar de no Switch não ser obrigatório o uso dos controles de movimento, ainda é confuso e impreciso


Isto posto, podemos falar dos aspectos absolutamente positivos do jogo. Eu fui um daqueles que ficou muito decepcionado ao saber que a Nintendo não faria nenhuma melhoria gráfica na versão HD para Switch, exceto a remasterização. Ao compararmos com as remasterizações de Wind Waker e Twilight Princess, este último tendo melhorias drásticas de texturas e luzes, é uma decisão completamente incompatível com o nível de excelência que a Nintendo tem apresentado até aqui. Porém, ao jogar pude perceber que os gráficos de Skyward Sword são realmente lindos e, mesmo sem um trabalho mais pesado nesse sentido, a versão HD ainda está bem bonita.


Talvez outro ponto que desagradou alguns jogadores é o fato desse game ser mais linear, tendo apenas 3 regiões para se explorar independentemente uma da outra. Dessa crítica eu devo discordar, pois esse é um jogo que oferece um padrão de liberdade tal qual dos outros jogos anteriores. Por mais que Wind Waker, por exemplo, apresente um oceano inteiro para ser explorado, a verdade que é pouco há para ser explorado ali. O que Skyward Sword fez foi compartimentar as enormes regiões exploráveis, de onde o jogador pode ir e vir, ao invés de colocar pequeninas localidades sem nada muito interessante em um mapa gigante e vazio.



O jogo oferece liberdade de exploração dentro de três regiões compartimentadas, com dungeons grandiosas e complexas


Dentro de cada região há algumas dungeons gandiosas e complexas, uma mais bacana que a outra. Os puzzles são muito bem projetados e fazem todo o sentido com a trama. As regiões podem sofrer alterações com o tempo, tudo de forma pertinente com o enredo e seu desenrolar. Há muitos elementos de backtracking, ou seja, você está vendo um caminho alternativo ou um lugar a ser explorado, mas não consegue chegar lá pois te falta um equipamento; quando conseguir este equipamento, precisa retornar a esse local para explorar, algo visto corriqueiramente em jogos do estilo metroidvania. Quero deixar também uma menção honrosa a última dungeon que, além de ser muito legal, ainda faz uma homenagem às dungeons dos jogos 2D da série. Não vou detalhar mais para não ceder um spoiler.


A trilha sonora é maravilhosa, sendo uma das mais épicas de toda a saga. Não presenciei nenhum bug (Switch) ou queda de quadros por segundo; tecnicamente é perfeito.



Zelda Skyward Sword tem uma trilha sonora maravilhosa e uma história que dá sentido e coesão à toda franquia 


Quero falar agora sobre o que é o ápice desse game: a história. Até então, não tínhamos muitas informações sobre a lore ou uma linha do tempo oficial de Zelda. Ao mesmo tempo que cada game parecia se conectar em alguns pontos, se desconectavam em outros. Os jogos são sequenciais? Se passam no mesmo universo ou linha temporal? Por que sempre temos novos Links, Zeldas, Impas e Ganons? Se a Triforce tem o poder de acabar com o mal, por que ele sempre volta? A Master Sword é a mesma espada em todos os jogos? Todas perguntas sem respostas que foram respondidas em Skyward Sword.


Além do enredo ser redondinho e ser desenvolvido de maneira muito satisfatória, ele trata de organizar todos os jogos anteriores já lançados, lhes conferindo um sentido que antes só existia nas especulações e teorias dos fãs. Se hoje vemos The Legend of Zelda como uma franquia muito mais coesa e complexa, é muito por conta desse game.



Skyward Sword é, com certeza, um dos melhores games da franquia


Se Skyward Sword falhou em apresentar um combate mais familiar e divertido aos jogadores, teve muito sucesso ao lançar um ótimo game, um dos melhores da franquia, e aquele responsável por deixa-la ainda mais grandiosa.


Prós: Dungeons incríveis, história fascinante, trilha sonora maravilhosa, muito divertido

Contras: Combate obrigatoriamente por sensor de movimento no Nintendo Wii e, mesmo no Switch onde o jogador pode usar o controle normal nas batalhas, os movimentos são imprecisos, imperfeitos e pouco intuitivos.


Nota: 93 | Providencial


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