Sonic Blast Man 2: Divertido e exclusivo beat 'em up do SNES
Autoria: Sammis Reachers
Edição: Júnior Malacarne
Imagens: blog Azul Caudal e Internet
Sonic Blast Man é um bom jogo do SNES, um beat' em up monoplayer com diversas boas sacadas. O jogo tem também alguns senões, como a lentidão, que chega a atrapalhar um pouco a jogatina, ou o fato de contarmos com apenas um personagem. Foi baseado, por sua vez, num jogo de fliperama que consistia em um saco onde se aplicam socos - quanto mais forte, mais pontos. Dããã, daí o golpe do parrudo, que gira o braço e aplica uma baita bufa nos malandrins que encontra pelo caminho.
Sonic Blast Man 2, por sua vez, avança em direção ao que poderíamos considerar o status de um beat' em up clássico. Começamos pelo elenco: O jogo traz a opção de escolhermos entre três personagens: Sonic, o balanceado; Sonia, a veloz; e Captain Choyear, o fortão da encrenca. E a opção de dois jogadores em tela, nem é preciso dizer, favorece em muito a diversão.
Escolha seu personagem e prepare-se para a briga
Filho da ITL e publicado pela Taito em 1994, na trama lutamos contra um exército alien que planeja incorporar a Terra a seus domínios, além de erradicar a raça humana no processo. Os cosmopilantras são liderados por Yafu, autoproclamado "ser superior" que nos considera vermes, e você tem a tarefa hercúlea de varrer ele e seus invasores do mapa.
O jogo, exclusivo para o SNES, apresenta uma mecânica toda especial: Os quatro botões principais são utilizados. Soco, pulo, rolamento e um botão que podemos definir como de "semi-especial". Mas, "semi" por quê? É que ele aciona golpes de maior energia, sem no entanto serem especiais de fato e direito, e sem diminuir o life do boneco. Este botão é fundamental para a boa dinâmica do jogo. Epa aí, meu pai: Até os botões L e R são acionados, pois eles controlam os especiais de fato do jogo. Começamos a partida com cinco especiais, que podem ser usados de duas formas: Um clique em R e seu boneco começa a piscar; se clicar então no botão de semi-especial, um grande e belo golpe atingirá toda a tela, e 2 de seus 5 pontos de especial serão consumidos; se apertar o botão de soco, um poderoso golpe unidirecional será aplicado, consumindo apenas 1 ponto de especial.
Apesar dessas boas inovações, sentimos falta de alguns movimentos do primeiro jogo, como por exemplo o socar o adversário colocando o direcional para baixo, que fazia o Sonic agarrar o adversário e lançá-lo para trás (mecânica semelhante a de Final Fight, e que a meu ver deveria constar de cada beat 'em up publicado sobre Terra). Outro movimento interessante que se faz ausente no segundo jogo é o rodadão, quando o Sonic apanhava o adversário tonteado e o girava a grande velocidade, atingindo os outros adversários próximos. Bem, mas isso não chega a atrapalhar a grande diversão que é jogar o SBM 2.
Captain Choyear, o fortão da encrenca
Vamos a mais detalhes dos personagens e seus golpes, a alma de um beat'em up: O personagem Captain Choyear é o esmaga-ossos da equipe. Enfurnado numa parruda armadura, ele possui golpes dignos de um fortão, como saltar com e socar os adversários no chão. Tem até um combo pré-programado: ao agarrar o adversário e clicar o soco, Captain o lança para cima; em seguida, você pode apertar o botão de semiespecial, cujo movimento é um soco energético com as duas mãos para cima, o que acaba apanhando o adversário quando ele está caindo. Não é assim uma Brastemp, mas... O pulo e soco do Captain aciona um soco aéreo rotativo, de pouco alcance e eficácia; já o pulo e o botão de "semi-especial" ativa uma voadora com os dois pés (trap) de amplo alcance. Agarrando o adversário e apertando o botão de semi (agora vamos chamá-lo assim) o Captain salta com o adversário e em seguida o soca violentamente no chão. O jogo conta ainda com a tradicional "corridinha". Mas ela não funciona com pulo + soco. Para o golpe aéreo após a corrida, é preciso apenas correr e apertar o botão de semi.
A Sonia liberando um carinhoso especial nas almas tinhosas do espaço…
A personagem Sonia é a mais veloz, e possui, de longe, os golpes mais bonitos. A soma do pulo mais botão de semi, por exemplo, faz ela dar um golpe semelhante ao Joe Commando, especial do personagem Andy Bogard, das franquias Fatal Fury e The King of Fighters. O senão é que ela é a única que, ao agarrar o oponente, não aplica os tradicionais dois golpes (joelhada, cabeçada etc.) antes do arremesso. Ela já pega 'arremessando' o adversário. A corridinha + soco dela também é a mais efetiva.
O personagem principal, Sonic, é o elemento balanceado. Boxeador temerário e armado com suas Luvas de Poder, o seu tradicional soco giratório, à lá Popeye, está novamente presente aqui, dentre muitos outros golpes.
Os chefões são visualmente bem elaborados, grandes e coloridos. Um deles, nas fases finais, lembra um tanto um dos chefes de um clássico dos beat' em ups, o Slice de Cadillacs and Dinossaurs. Outro, o penúltimo chefão, em uma de suas formas lembra muito, mas muito mesmo, o chefão final de Captain Commando. Seus ataques, e a tela em que ele vem, idem. Mas não se preocupe: O jogo possui sua própria originalidade, e essas poucas semelhanças podem ser debitadas na conta do elogio, da homenagem a dois dos maiores beat' em ups de sempre.
Capa japonesa do jogo, com os nossos três heróis juntos
A aventura segue o ritmo e a geografia comum dos beats, com fases na cidade, na zona portuária, em instalações tecnológicas e até numa floresta.
Divertido e exclusivo do SNES, SBM2 é uma pedida imperdível para os fãs do gênero no console.
Artigo postado originalmente no blog Azul Caudal (acesse aqui).
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