Sonhos e Videogames - parte 2

Continuando a crônica anterior, na qual falei da minha infância e dos jogos de videogame, principalmente do Master System e da dificuldade para que meus pais pudessem comprar um para nós. Com o Mega Drive eu fiquei louco, muitas vezes fui até as Lojas Americanas do Centro de Goiânia só para vê-lo funcionando e, apesar de não ter a placa System 16, era muito bom em seu desempenho. Não deu certo trabalhar no supermercado, não me lembro muito bem, o porquê... creio que era longe, perigoso e atrapalharia meus estudos, portanto, meus pais não deixaram, afinal, eu só tinha 13 ou 14 anos. Eu havia calculado que teria que trabalhar quatro meses para, talvez, conseguir comprar um Mega Drive usado… O que, um dia, consegui, mas antes preciso falar do que aconteceu com o meu Master System.

Troquei o Master por um Bit System (Clone do Nintedinho) e fiz isso por dois motivos: mais jogos (e mais baratos) e por causa de um jogo de luta de Taekwondo exclusivo, que vi numa revista de games, mas nunca consegui ver e jogar (era da Nintendo). Sou lutador de Taekwondo e cheguei até a faixa preta. Daí a paixão pelo tema. Mas me arrependi, aliás, me arrependo de quase todos negócios com games que fiz. Mas isso fica para terceira crônica. Agora vamos voltar com o Mega Drive e, depois, encerramos com o Master System.

Meu pai tinha feito uma poupança para cada um dos filhos mais jovens, e rolava o rumor de que o Presidente Collor confiscaria as poupanças (o que se confirmou) e, na mesma época, um amigo, Cleiton, que tinha o Mega Drive estava desinteressado de jogar e queria investir num som de carro. Resumindo, ele instalou o “meu Mega” na televisão na qual jogava o Master System e fomos, Cleiton, o primo dele Cristiano (outro grande amigo meu com quem, inclusive, treinei Taekwondo) e eu, ao Banco (fomos de bicicleta). Era uma agência da Caixa Econômica no Campus II da UFG. Nós morávamos na Vila Itatiaia e era, relativamente, perto. Não me lembro o quanto e foi que saquei, mas saquei tudo o que tinha... até algum tempo ainda tinha guardado a caderneta da poupança. Fiquei com o Mega por muito tempo, não me lembro quanto. Depois de algum tempo troquei ele num Super Nintendo, com um amigo meu que tinha uma locadora de games. Meu maior sonho havia se realizado: eu tive um Mega Drive! Algo, até então, impossível de se imaginar.

Na nossa casa, modesta, mas acolhedora, tinha uma sala enorme e, nas férias de janeiro, meus amigos, meu primo Washington, que vinha de Araxá/MG, e eu, fazíamos campeonatos de Street Fighter II com controle de 6 botões e quem perdia passava o controle. Eram todos muito bons e dificilmente um jogador ficava dando “rodinha” em todo mundo. Lembrando disso penso o quanto queria ter ensinado meu irmão mais novo a soltar os poderes dos lutadores…

Por fim, e para terminar, quando ainda tinha o Master System eu, insistentemente, vendi minha bicicleta tipo BMX para comprar um cartucho do “Michael Jackson's Moonwalker”. Eram muitas negociações...


Na próxima crônica falaremos de forma conclusiva sobre o Master System, mas iremos além, até o Nintendo 64 com o Jogo “The Legend of Zelda: Ocarina of Time”. Até lá!



Leonardo Daniel

*crônica gentilmente cedida pelo autor - publicada originalmente no Jornal Centro-Oeste de Goiania.



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