Chapolin e a Bruxa Baratuxa - novo jogo brasileiro para o Master System

Dias atrás publicamos uma edição extra da revista Muito Além dos Videogames dedicada aos jogos do Chaves e do Chapolin, sejam eles oficiais ou não e, para nossa surpresa - e alegria - pouco tempo depois, descobrimos mais um jogo estrelado pelo super-herói mexicano e, para não passar batido, trazemos em primeira mão aqui no blog uma matéria completa sobre ele, bem como uma entrevista com o criador.

Chapolin e a Bruxa Baratuxa é criação do programador brasileiro Guilhereme Chrinea e trata-se de uma hack produzida em cima do clássico Pit Pot do Master system da SEGA, com a substituição do personagem principal pelo Chapolin Colorado, menus e textos e diálogos todos traduzidos para o português, trazendo para as telas um jogo divertido e agradável que, com toda certeza, poderia ter sido lançado pela Tec Toy.

Além do patch de atualização do ROM, Chirínea também produziu as artes da caixa baseado nas nostálgicas artes da Tec Toy, label do jogo e manual, tudo muito profissional, com extrema qualidade, merecendo uma reprodução como um belo item de colecionador.

 

 

Tive o privilégio de jogar o game e me diverti demais e o trabalho de adaptação ficou, simplesmente, perfeito. Guiilherme está de parabéns e seu trabalho merece ser conhecido, jogado e apreciado por todo fã de Chapolin, do Master System, da Tec Toy e de um bom jogo retrô de videogame. 

Agora, compartilho com vocês a entrevista que fiz com o criador do jogo, bem como os links para que conheçam este e outros trabalhos do programador.


1) Como surgiu a ideia de fazer um game do Chapolin?

Chirinea: A ideia de fazer o jogo do Chapolin foi uma consequência de um outro jogo que eu fiz antes, o Turma da Mônica e a Sereia do Rio. A Tectoy fez história com as adaptações de jogos com personagens nacionais, e a série com a Turma da Mônica é muito querida, inclusive porque os jogos são muito bons. E sempre me intrigou o fato da Tectoy ter começado a partir do segundo jogo da série, o Wonder Boy in Monster Land. Eu sempre achei que a Tectoy poderia ter feito também a adaptação do primeiro jogo, e uma ideia que eu tinha há muitos anos era fazer eu mesmo a adaptação. Eu submeti o hack pra competição do SMS Power deste ano e fiz, inclusive, um vídeo de primeiro de abril contando como eu havia "encontrado" o jogo perdido da Mônica. Esse vídeo pode ser assistido em meu canal no Youtube. Como o jogo foi bem recebido pela comunidade, eu pensei "que outro jogo a Tectoy poderia ter feito e não fez?". O jogo que eles escolheram pro Chapolin x Drácula não é um jogo que eu ache especialmente bom, e achei que o personagem poderia ser melhor explorado em outros jogos (parte disso eu explico no vídeo do making of do jogo).


2) Por que  Master System e porque o Pit pot como base?

Chrinea: Você perguntou sobre "por que o Master System", e a razão está mais ligada a esses jogos especificamente. Mas eu gosto de diversos sistemas e estou, inclusive, no momento desenvolvendo um hack do Rad Racer do Nintendinho, pra transformá-lo num Outrun (no momento estou emperrado programando a música).

A escolha do Pit Pot se deu por um critério prático: que outro jogo tinha o protagonista usando um martelo? Tem o Lucky Dime Caper do Pato Donald, mas achei que ia ser bem trabalhoso adaptá-lo. Mas tinha também o Pit-Pot, que é um jogo onde uma bruxa rapta uma princesa e o protagonista deve salvá-la usando o martelo da bruxa. Aí, na hora, lembrei do episódio da Bruxa Baratuxa e como ia casar certinho ter o Chapolin salvando a camponesa do seu castelo.


3) Como foi o processo de criação? Pode se apresentar e falar um pouco de você e sua relação com os videogames?

Chirinea: Eu trabalho com preservação da história do videogame desde 2002 pelo menos no MobyGames, que é uma das bases de dados de videogame mais antigas da internet. Eu sempre tive interesse no desenvolvimento, mas não tinha know how. Hackear jogos foi meu jeito de me aproximar do desenvolvimento. Meu primeiro hack inclusive foi algo bem específico, alterar os ciclos de trabalho da música do Super Mario Bros. pra ele soar em consoles gringos como ele soaria nos nossos clones, conto isso num vídeo do canal, haha).

https://youtu.be/exGOdwwOpqk?si=cHrpQs7pDEawoqSC

Em 2012 eu comecei um projeto de catalogação de jogos nacionais, porque temos um mercado que normalmente não é coberto em bases como o MobyGames que só aceita lançamentos oficiais (aqui a gente teve muita pirataria "legalizada"). Só que eu fiquei muito tempo sem atualizar e hoje a base não é tão grande quanto eu gostaria, mas eu vou acrescentando as coisas aos poucos.

E, no momento, estou hackeando o último Wonder Boy pro Master que não saiu no Brasil, que é o mesmo que saiu pro Mega, o "Turma da Mônica na Terra dos Monstros". O sprite é o mesmo do Mega Drive, mas eu mexi um pouco pra fazer a Mônica andar mais naturalmente, no de Mega ela mexe só a perna, aí fica meio que parecendo o Robocop andando (haha).

Link para o Canal do Guilherme Chirinea: https://www.youtube.com/@chirinea

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Luiz Miguel Gianeli - Equipe Muito Além dos Videogames




 






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