O Primeiro Game que Zerei com Meu Filho

Autoria: Carlos Henrique Gomes

Edição e Legendas: Júnior Malacarne

Imagens: arquivo do autor e Internet


    O tempo é implacável. Não importa quem você seja ou sua posição social, nenhum ser humano tem poder para fazer o tempo parar ou voltar.


    Em algumas noites de insônia me pego recordando da minha infância, dos momentos bons e ruins - mais bons que ruins, graças a Deus - e dentre os primeiros, grande parte deles foi jogando videogames. Seja com os amigos da escola, da igreja, com minhas primas e bem mais frequentemente sozinho, jogar videogames sempre foi minha maior diversão e fascinação.




O tempo não para. Mas ele nos deixa muitas boas lembranças


    Lembro com carinho do meu primeiro jogo: Donkey Kong Country 2, com sua trilha sonora inesquecível e seus carismáticos macaquinhos. Lembro-me de quando ganhei o meu primeiro Playstation e fiquei maravilhado com seus gráficos poligonais. Lembro-me de ver meu pai com o rosto entristecido ao me dizer que não tinha condições de me presentear com um Playstation 2, o que evidencia a vontade que ele tinha de me ver feliz. E lembro-me também de esperar com paciência até o tempo que tamanha regalia fora possível.


    Enfim, os anos se passaram. A infância se tornou adolescência, que se tornou juventude. O Senhor me foi deveras misericordioso e me deu de presente a melhor esposa do mundo e, com o matrimônio, 3 amados e lindos filhos.


    Em apenas alguns parágrafos fiz uma viagem de quase 30 anos em minha vida, mas gostaria de gastar mais alguns num recorte um pouco menor: os 4 anos de vida de meu primogênito, Isaque.


    Para quem não é pai é impossível explicar a emoção de ter um filho. Para quem é, totalmente desnecessário (parafraseando o saudoso jornalista Joelmir Beting e sua famosa citação irretocável em todos os sentidos). Meu filho se tornou minha principal missão nessa terra e me fez amadurecer drasticamente. Mas bem, ainda carrego um pouco de minha meninice e como já era de se esperar, meus bons e velhos games continuaram me acompanhando.




Que bom quando vemos os videogames atravessarem gerações


    Porém, dessa vez, pude ter uma perspectiva totalmente nova. Antes, era eu experimentando universos novos e digitais. Hoje, tenho a oportunidade de observar meu filho fazendo o mesmo. É fascinante ver dificuldades motoras sendo superadas pouco a pouco, coisas que antes ele não compreendia, agora compreende e ensina.


    É gratificante ver que ele, nos seus primeiros momentos tentando jogar videogames, chorava quando via um goomba se aproximar nos jogos do mario, pois sabia que o bigodudo seria ferido, agora, ao pegar o controle, a primeira coisa que pergunta é: qual o botão que bate?


    Nessa toada, apresentei a ele um dos jogos mais amigáveis da atualidade para crianças de sua idade: Kirby and the Forgotten Land, do meu console favorito: Nintendo Switch.




Kirby and The Forgotten Land (Switch) é um dos jogos mais amigáveis para crianças pequenas na atualidade


    No início, foi como eu relatei anteriormente. Chegou a chorar ao encontrar o Gorimondo pela primeira vez e correu ao meu encontro dizendo: Papai, apareceu um monstro muito, MUITO grande. Derrota ele, por favooor! Buaaaah!


    Depois foi avançando aos trancos e barrancos pelo charmoso game produzido pela HAL Laboratories. Foi aí que me dei conta de uma informação importante: Esse game possui multiplayer cooperativo!


    Foi então, que numa viagem a casa de meus pais, colocamos um sofá velho em frente a TV e comecei a jogar com ele. Fase após fase, sorriso após sorriso. Tensão nas lutas contra os chefes e euforia nas vitórias.


    Após uma jornada relativamente longa, mas recompensadora, chegamos ao fim. O último boss é particularmente difícil para um game voltado para o público infantil, mas nada que o trabalho em equipe de pai e filho não pudesse resolver.


    Eu já havia zerado esse game anteriormente fazendo 100%, mas minha melhor experiência foi jogando ao lado de meu primogênito deixando uma porção de itens e fases secretas para trás, mas encontrando ao final de cada fase o sorriso do meu garoto.




Glórias a Deus que nos dá tantas dádivas nessa vida, como a oportunidade de jogar videogame com os nossos filhos


    É claro que eu poderia ter uma experiência semelhante com ele em várias outras atividades, mas foi jogando um game tão singelo que eu tive um dos melhores momentos da minha vida. Sinceramente, espero que ele guarde essa lembrança e que seja tão especial pra ele quanto foi pra mim.


    Louvo a Deus que, em sua misericórdia, me deu uma família que amo e que é muito mais do que eu posso merecer. Agradeço a ele por ter capacitado homens e mulheres a serem desenvolvedores de jogos que proporcionam momentos assim. E agradeço ao meus filhos Isaque, Tiago e Lara por serem quem são.



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